quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Sudeste e sua concentração industrial

Sudeste e sua concentração industrial


Os fatores da industrialização no Sudeste

O desenvolvimento industrial na região ocorreu principalmente a partir do século XX, após o declínio do café. O café ocupou durante muito tempo lugar de destaque nas exportações e essas “seguravam” a economia brasileira. Na região sudeste os estados produtores de café eram principalmente São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo.

O declínio do café, no final da década de 1920, foi provocado pela crise de 29, por não oferecer grandes lucros uma grande parcela de fazendeiros vendeu suas propriedades. Com o recurso adquirido na venda das fazendas investiram, entre outras, na indústria, as primeiras se limitavam ao setor têxtil, alimentação, bens de consumo, sabão e velas.

O surgimento das indústrias na região sudeste está vinculado à produção cafeeira decorrente da:

• Grande quantidade de trabalhadores da produção do café foi atraída para trabalhar nas indústrias que iniciavam suas atividades.
• Rede de transportes, uma vez que as infra-estruturas eram usadas para escoar a produção de café das fazendas para os portos, com a introdução das indústrias esses mesmos trajetos serviam para transportar matéria prima e mercadorias.
• Do grande número de mão-de-obra imigrante presente no Brasil, esses já tinham experiências industriais, pois a maioria era de origem européia e nesse período a Europa já havia passado pelo processo de industrialização.



A indústria e os recursos naturais

Os minérios e as energias favoreceram a expansão das indústrias, tendo em vista que esse dois são importantes e fundamentais elementos dentro do processo de industrialização, nesse quesito a região era bem servida, proporcionando a instalação de fábricas nas suas mediações.

No final das décadas de 40 e 50 houve a criação das indústrias de base no Brasil, mais precisamente na região sudeste, como a CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), Vale do Rio Doce e a Petrobras. Todas as mudanças para implementar a indústria promoveram a expansão de diversos seguimentos industriais.
Em Minas Gerais as principais jazidas eram de extração de ferro, manganês, bauxita e ouro, o local ficou conhecido de quadrilátero ferrífero. Nesse mesmo momento ocorreu a construção de várias usinas hidrelétricas, fato importante, pois havia uma crescente demanda de energia para abastecer ou suprir as necessidades desse setor produtivo, além das residências e comércio.

Transportes e a integração da Região Sudeste
O desenvolvimento do transporte favoreceu o desenvolvimento industrial e econômico de toda a região e também do Brasil. Alienado ao crescimento das indústrias e à evolução dos transportes ocorreu, simultaneamente, o aumento populacional gerando um maior fluxo de mercadorias e de matéria prima.

A expansão comercial contribuiu para uma integração entre os estados que integram a região. Uma das principais e mais importantes etapas do processo industrial e econômico foi a implantação das empresas fabricantes de veículos automotores, na década de 50, que impulsionou a construção de rodovias, a criação delas contribuiu para uma maior integração entre os entes da região e também com outros estados e que mais ainda favoreceu o processo de povoamento. Em pouco tempo as rodovias superaram as ferrovias, tanto é que as ferrovias atuais continuam com a mesma extensão do período da produção de café, cerca de 12,4 mil km.



A distribuição da indústria no Sudeste

A distribuição das indústrias na Região Sudeste possui uma hierarquia, em que alguns estados são mais desenvolvidos industrialmente com base na concentração do número de indústrias presentes. Desse modo fica ordenado da seguinte forma: em primeiro lugar a Grande São Paulo, em segundo Rio de Janeiro e terceiro Belo Horizonte, sendo que a primeira e a segunda são as megalópoles brasileiras.

Transnacionais



Empresas que possuem matriz em seu país de origem e atuam em outros países através da instalação de filiais, são classificadas como empresas transnacionais. Grande parte das empresas transnacionais é oriunda de países industrializados e desenvolvidos que detêm um grande capital acumulado; o excedente, nesse caso, é direcionado para países em todos os continentes. As transnacionais exercem influência que transcende a economia, pois interfere em governos e nas relações entre países.
As transnacionais estão ligadas à globalização da produção, na qual um único produto pode ter várias origens, isso por que os seus componentes têm origens distintas e são montados em uma determinada localidade do mundo. Esse fluxo produtivo visa unicamente verticalizar os lucros, diminuindo os custos, consolidando-se no mercado como empresas competitivas que buscam alcançar grandes parcelas do mercado internacional. Os investimentos dessas empresas são altíssimos, uma vez que a matriz emite os recursos para as filiais localizadas em muitos países pobres. Nesses países, as transnacionais exercem funções importantes como acelerar o desenvolvimento industrial, além de gerar postos de trabalho.
A globalização é um processo de fundamental importância para a atuação das empresas transnacionais, pois proporciona todo o aparato técnológico para os serviços de telecomunicação, transporte, entre outros, fatores essenciais para a realização eficaz das atividades econômicas em escala global.
As primeiras empresas transnacionais surgiram no final do século XIX, entretanto, só atingiram o auge de atuação mundial após a Segunda Guerra Mundial, quando empresas de países ricos migraram suas atividades para lugares espalhados pelo mundo. Atualmente há registro de, aproximadamente, 40.000 empresas transnacionais em atividade, sendo a maioria originária dos países industrializados, no entanto, existem empresas de origem indiana, mexicana e brasileira.

Há pouco tempo essas empresas eram denominadas multinacionais, porém gradativamente esse termo não mais está sendo usado, uma vez que a expressão emite uma ideia de uma empresa que possui diversas nacionalidades. Dessa forma, empresas com essas características recebem o nome de transnacionais, possuem sede em um país e desempenham atividades em diversos outros.
Algumas das empresas conhecidas mundialmente são: Coca Cola, Pepsi, Unilever, Mc Donald’s, Nestlé, Nike, Adidas, Puma, Volkswagen, General Motors, Toyota, Nokia, Sony, Siemens, Peugeot, Vivo, entre outras.


Regiões industrializadas no mundo

Estados Unidos:
A região Nordeste  dos Estados Unidos também conhecida como Manufaturing Belt  é formada pelas porções do centro-norte da costa atlântica e pela região dos grandes lagos onde se concentra a poderosa indústria norte americana e sedia os maiores empreendimentos do país tendo a indústria pesada(siderurgia-aço) e a manufatura  é a mais extensa e mais antiga.

Europa:
As maiores concentrações industriais estão na Alemanha,França,Itália,Reino Unido e Rússia.

Alemanha:
A maior concentração industrial alemã é a Região Renana localizada no Vale do rio Reno e Ruhr (devido ás reservas de carvão,facilidades de transporte por ferrovias e hidrovias ).


No vale do Ruhr concentra-se o 4° produtor de aço do mundo;
O país é um dos maiores  exportadores de maquinários industriais e automotivos;
Na cidade de Sttugart se localizam importantes indústrias mecânicas com destaque para a automobilística (sedia o maior grupo industrial o Daimler-Benz );
Em Hamburgo destacam-se as indústrias navais e em Wolfsburg sedia a Volkswagem.

França :
A frança esta entre os países mais ricos e desenvolvidos do mundo.A economia francesa  é uma das mais fortalecidas do mundo ,a industria é bem diversificada atua na fabricação de peças,aviões,alimentos,tecnologia entre outros.É o país de várias empresas multinacionais como: Air France,Alcatel,Citroem,Carrefour,Renault entre outros .





Reino Unido-Inglaterra:

Atualmente os principais centros industriais são Londres e Birmingham no qual abrigam indústrias automobilística,mecânica,eletrônica,aeronáutica e de transportes.

Itália:
Alguns grupos privados nacionais estão entre os maiores conglomerados do mundo como a Fiat(Fábrica Italiana de Automóveis Turim),Parmalat(alimentício) e Pirelli (químico).




A Itália tem maior capacidade de refinaria de petróleo da Europa;
Os principais centros são Milão,Turim,Gênova,Verona e Parma  que produzem material químico , mecânico e hidráulico.

Japão:
Na Ilha de Hondo (a maior e principal) ,abriga a maior concentração industrial do país, onde localizam-se Tóquio,Nagóia , Osaka.Sendo que as indústrias bordejam o litoral,para receber matéria -prima.

Rússia:
As planícies da Sibéria na porção asiática concentram-se as reservas minerais que fazem do país um dos líderes mundiais na produção de carvão,petróleo e gás mineral.

China:
A china é o país mais populoso do planeta;
Maior importador global de matéria-prima e inunda o mundo com produtos “Made in China” .

Nas Planícies Orientais da China há presença de indústrias leves , fabril , eletrônicos e informática.Essa área apresenta facilidade à exportação(portos) e liberdade alfandegária .


Países mais Industrializados

Primeiro de tudo, o que seria, exatamente, a industrialização de um país?


A Industrialização é o processo de modernização pelo qual passam os meios de produção do país. É acompanhada pela ampliação tecnológica e desenvolvimento da economia. A Industrialização é um processo antigo na humanidade. Ainda durante a Idade Média, novas técnicas marcaram o avanço dos meios de produção e de produtividade. O progresso passou por várias fases tecnológicas. Técnicas mais aprimoradas de agricultura, artesanato e manufatura deram suas contribuições para o desenvolvimento pleno da indústria. Ela também causa impactos que vão muito além da utilização de máquinas, representa novas formas de organização social pela lógica de lucro que introduz, fazendo com que as relações sociais passem a fazer parte da economia.

Passo Inicial
O primeiro país a ser industrializado efetivamente foi o Reino Unido. Mas, por que ele, e não os Estados Unidos, por exemplo? O Reino Unido tinha as condições básicas que eram necessárias para a industrialização. Condições em sentido econômico, político, social e natural.
É no século XVIII que ocorre o que é chamado de Primeira Revolução Industrial, quando a Inglaterra, seguida dos países que pertencem ao Reino Unido, baseia seu desenvolvimento econômico nas indústrias, promovendo o cercamento dos campos e empurrando os trabalhadores para as áreas que se urbanizavam através da produção industrial.
Com a quarta maior economia do mundo, atualmente, a França foi o segundo país a se industrializar. O rápido processo de industrialização teve início em meados do século XIX, depois a burguesia chegar ao poder, como resultado da Revolução Francesa. A França já contava com várias condições necessárias para a industrialização, mas foi basicamente o fator político que atrasou em relação a Inglaterra.
Com o passar dos tempos, outras grandes potências foram se industrializando, como os Estados Unidos da América, a Alemanha, a China, o Japão, a União Soviética (que se tornou a Rússia, atualmente) e outros países do mundo.

G8

Em 1975, por ideia do então presidente francês Valéry Giscard d’Estaing, ocorreu uma reunião, em Rambouillet, na França, com as nações mais industrializadas do planeta (na época G6: Itália, França, Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido, Japão) para tratar de questões de alcance internacional.
Depois do sucesso da reunião de cúpula de Rambouillet, essas reuniões passaram a ser anuais e o Canadá foi admitido como sétimo membro do grupo na cúpula de Porto Rico, em 1976, formando então o G7. Em 1994, a Rússia começou a participar como convidada do G7. Em 1997, ela foi integrada definitivamente ao grupo, que passou então a ser denominado como G8.
Antes de cada reunião, os “sherpas”, como são conhecidos os funcionários dos governos que participam dos ciclos preparatórios, são responsáveis por elaborar estudos sobre economia, educação, justiça, energia, meio-ambiente e relações internacionais, entre outros assuntos, que fundamentarão as decisões dos líderes do G8. São formados também grupos de trabalho que reúnem especialistas dos países para analisarem temas específicos de alto interesse para o G8, como segurança nuclear, terrorismo e ajuda para a África, entre outros.
           Explicitamente, a função do G-8 é a de decidir qual, ou quais, caminhos o mundo deve seguir, pois esses países possuem economias consolidadas e suas forças políticas exercem grande influência nas instituições e organizações mundiais, como ONU, FMI, OMC... A discussão gira em torno do processo de globalização, abertura de mercados, problemas ambientais, ajudas financeiras para economias em crise, entre outros.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

A 4ª Revolução Industrial

            A chamada 4ª revolução industrial já está em desenvolvimento nos principais países do mundo, inclusive em alguns emergentes, mas, no Brasil, pouco se conhece sobre ela e sua importância na economia mundial. É o desenvolvimento de produtos nanoestruturados, já um fator de competitividade global, embora o campo de sua atuação ainda tenha muito a ser desenvolvido. Segundo o mais recente cálculo dos especialistas, o setor vai envolver, até 2014, cerca de US$ 2,4 trilhões, segundo informação de Ronaldo Marchese, organizador da Nanotech 2006, que acontecerá, em novembro, em São Paulo.


               Até ontem, a nanotecnologia era coisa do futuro. Hoje existem centenas de produtos no mercado com esta tecnologia que está revolucionando a economia, os usos e costumes mundiais, com mudanças na química, na física, na biologia, na engenharia de materiais e na computação. O Brasil está ameaçado de ficar para trás porque enquanto o mundo - governos, universidades e empresas - está investindo em torno de US$ 45 bilhões em nanotecnologia, o País aplica apenas R$ 15 milhões/ano.


                Nanotecnologia é o trabalho com o muito pequeno. Bota pequeno nisso. Um nanômetro é um metro dividido por um bilhão - o que corresponde a dez átomos de hidrogênio alinhados - e essa tecnologia tem mil e uma utilidades. Com exemplos do que já está sendo produzido, é mais fácil entender o seu alcance: meias para quem fica de pé o dia inteiro; lençóis hospitalares que liberam medicamentos ao contato com a pele; calças femininas que depilam só com o usá-las; tecidos que repelem pelos de cães; câmera de tevê que a pessoa engole (do tamanho de uma pílula) e ela transmite de dentro dos órgãos; uma fita tipo durex que, ao contato com a pele, informa a glicose do sangue dos diabéticos; outra fita que, ao contato com a pele, indica onde está o tumor cancerígeno; peças automotivas mais leves e mais resistentes; embalagens líquidas para alimentos, que conservam por mais tempo; pintura de automóvel que não risca; carro sem limpa-pára-brisa, porque o vidro não acumula água nem sujeira.



                Até 2010, 60% dos produtos que usamos no dia-a-dia serão diferentes, disse-me José Roriz, diretor da Fiesp e da Suzano Petroquímica, que está preparando o lançamento de um nanocompósito para a indústria de plástico. Apesar do pioneirismo de sua empresa, ele admite que "o Brasil está ficando para trás, por falta de investimento." Merheg Cachum, presidente do Sindiplast-SP, acrescentou "quem não abrir os olhos perderá o trem".

A 3ª Revolução Industrial

        A Terceira Revolução Industrial foi marcada pelo acelerado desenvolvimento tecnológico. Por isso, esse período da história, assinalado pelo fim da Segunda Guerra Mundial, também foi o da Revolução Técnico-Científica. 

     Num primeiro momento, o sistema de produção em massa, disseminado a partir da indústria automobilística, permanece como padrão em todo o mundo. Ao mesmo tempo, contudo, o processo de produção japonês - a chamada produção enxuta ou Toyotismo - ganha cada vez mais espaço. Evitando os altos custos da produção artesanal e a inflexibilidade da produção em massa, os japoneses reúnem equipes de operários com várias habilidades para trabalharem ao lado de máquinas automatizadas, produzindo enorme quantidade de bens, mas com variedade de escolha. O sistema de hierarquia gerencial e as chamadas linhas de produção são substituídos por equipes multiqualificadas que trabalham em conjunto, o que diminui significativamente o esforço humano e os custos.         

         A tecnologia se refina, aprimorando antigas invenções, criando novas ou estabelecendo conexões inusitadas entre os diferentes ramos da ciência. A informática produz computadores e softwares; a microeletrônica, chips, transistores e inúmeros produtos eletrônicos. Surge a robótica. As telecomunicações, utilizando os satélites, viabilizam transmissões de rádio e televisão em tempo real. A telefonia - fixa e móvel -, conjugada à Internet, transforma a comunicação em um processo instantâneo. A indústria aeroespacial fabrica satélites e leva homens e robôs a novas fronteiras no espaço. Medicamentos, plantas e animais são transformados pela biotecnologia.

                             

            Todas essas inovações são introduzidas no processo produtivo, criando máquinas capazes de realizar não apenas o serviço pesado, mas tarefas sutis e que exigem cálculos complexos e grande precisão. Computadores e robôs, unidos, extraem matéria-prima, manufaturam, distribuem o produto final e realizam serviços gerais.

               As novas tecnologias eliminam, gradativamente, a necessidade de antigos materiais (como o papel, por exemplo), aceleram a transmissão de informações e estimulam, em graus nunca antes vistos, o fluxo de atividade em cada nível da sociedade. A compressão de tempo passa a exigir respostas e decisões mais rápidas. O tempo e o conhecimento tornam-se mercadorias.

                           


              As empresas passam a substituir a mão de obra humana por máquinas e computadores. Postos de trabalho são eliminados e, em diferentes ramos da economia, o trabalhador tradicional desaparece.            O processo da Terceira Revolução Industrial, que se desencadeou nas ultimas décadas do século XX, foi decisivo para consolidar a presente fase do capitalismo e da divisão internacional do trabalho, a chamada globalização. Esta tem servido para interligar ainda mais o espaço geográfico mundial, intensificando as relações econômicas e culturais entre os países. Por isso, muitos estudiosos analisam o mundo atual como um espaço interligado e globalizado, o espaço global. 

A 2ª Revolução Industrial

A segunda Revolução Industrial se caracterizou pela descoberta de outras fontes de energia como o petróleo (foto abaixo)  e a eletricidade. A substituição do carvão impulsionou a industrialização, tornando a produção mais rápida, e também proporcionou melhores condições de manuseio no setor industrial, com um menor gasto de capital e tempo no processo produtivo.

               Nessa nova etapa, o emprego da energia elétrica, o uso do motor à explosão, os corantes sintéticos e a invenção do telégrafo estipularam a exploração de novos mercados e a aceleração do ritmo industrial. Dessa forma, percebemos que vários cientistas passaram a se debruçar na elaboração de teorias e máquinas capazes de reduzir os custos e o tempo de fabricação de produtos que pudessem ser consumidos em escalas cada vez maiores.
                 A eletricidade já era conhecida um pouco antes dessa época, mas tinha seu uso restrito ao desenvolvimento de pesquisas laboratoriais. Contudo, passou a ser utilizada como um tipo de energia que poderia ser transmitido em longas distâncias e geraria um custo bem menor se comparado ao vapor. No ano de 1879, a criação da lâmpada incandescente estabeleceu um importante marco nos sistemas de iluminação dos grandes centros urbanos e industriais da época.

                   O petróleo, que antes tinha somente uso para o funcionamento de sistemas de iluminação, passou a ter uma nova utilidade com a invenção do motor à combustão. Com isso, ao lado da eletricidade, este mineral passou a estabelecer um ritmo de produção mais acelerado. Sob tal aspecto, não podemos deixar de destacar outras descobertas empreendidas no campo da química que também contribuíram para essa nova etapa do capitalismo industrial.


                  Novas experiências permitiram o aproveitamento de minérios antes sem importância na obtenção de matéria-prima e outros maquinários. O aço e o alumínio foram largamente utilizados pela sua maior resistência e maleabilidade. Métodos mais simples de fabricação permitiram que o ácido sulfúrico e a soda cáustica fossem acessíveis. Por meio desses dois compostos a fabricação de borracha, papel e explosivos pôde ser feita em larga escala.
               Com relação aos transportes, podemos ver que as novas fontes de energia e a produção do aço permitiram a concepção de meios de locomoção mais ágeis e baratos. Durante o século XIX, a construção de estradas de ferro foi o ramo de transporte que mais cresceu. Nesse período, Estados Unidos e Europa possuíam juntos cerca de 200 mil quilômetros de trilhos construídos. Segundo outros dados, somente na década de 1860, mais de dois milhões de pessoas eram empregadas na manutenção desse único meio de transporte.

               No contexto de se aumentar a produtividade do trabalho, surge o método de administração científica de Frederick W. Taylor (figura a abaixo), que se tornaria mundialmente conhecido como taylorismo: para ele o grande problema das técnicas administrativas existentes consistia no desconhecimento, pela gerência, bem como pelos trabalhadores, dos métodos ótimos de trabalho. A busca dos métodos ótimos, seria efetivada pela gerência, através de experimentações sistemáticas de tempos e movimentos. Uma vez descobertos, os métodos seriam repassados aos trabalhadores que transformavam-se em executores de tarefas pré-definidas.


            Uma segunda concepção teórica, conhecida como fordismo (caracterizado pelas produções em séries, figura a abaixo), acelera o conceito de produto único de forma a intensificar as possibilidades de economia de escala no processo de montagem e se obter preços mais baixos. Com seu tradicional exemplo do Ford T, ao se valer da moderna tecnologia eletromecânica, ele desenvolve peças intercambiáveis de alta precisão que elimina a necessidade de ajustamento e, consequentemente do próprio mecânico ajustador. Sem a necessidade de ajuste, a montagem pode ser taylorizada, levando a que mecânicos semi-qualificados se especializassem na montagem de pequenas partes.
Fordismo

               Com a introdução de linhas de montagem, eleva-se a produtividade ao minimizar o tempo de deslocamento e redução nos estoques. Muito mais importante ainda, são os ganhos dinâmicos de longo prazo, uma vez que se pode avançar com a taylorização, onde a própria linha de montagem se transforma no controlador do ritmo de trabalho. Esse cenário leva à substituição de empregados por máquinas de forma a maximizar a produtividade.

                Por fim, com a expansão das escalas e dos ritmos de produção, o avanço da mecanização em sistemas dedicados se intensificará também nas unidades fornecedoras de peças, assim como nos fabricantes de matérias-primas e insumos.


Principais invenções tecnológicas deste período:
- Prensa móvel
- Motor de combustão interna
- Telefone
- Rádio
- Autofalante
- Fita elétrica
- Furadeira elétrica
- Microfone
- Gramofone
- Refrigerador
- Filme fotográfico
- Antena
- Cinema
- Automóvel
- Lâmpada elétrica
- Fonógrafo
- Válvula eletrônica

- Raio X

A 1ª Revolução Industrial

      Do fim do século XVII, até meados do século XIX, o desenvolvimento de motores a vapor alavancou o processo de industrialização acelerando o desenvolvimento do capitalismo. O carvão figurava como a principal matéria-prima para o funcionamento do maquinário na indústria têxtil e nos transporte a vapor no mundo. 
            

 
     A Inglaterra era a nação mais rica do mudo entre o século XIII. Existiam jazidas de carvão e de ferro, uma Marinha com muito poder e boa infraestrutura de portos e estradas, que facilitavam a circulação de produtos liderando o comércio mundial. Era apoiada pela Monarquia e pelo Parlamento, com uma burguesia que possuía poder político e econômico. Para se ter uma ideia da importância que a Inglaterra tinha , basta analisar o fato de que ela conseguiu que o governo expulsasse os camponeses das terras comunais para que estas terras viessem  a ser usadas para grandes pastos para a criação de ovelhas.

       Os camponeses então não tiveram outra saída a não ser viver nas cidades. A lã do carneiro e o algodão que eram trazidos das colônias eram os principais produtos agropecuários do país. A manipulação dos mesmos, estimulou a criação de novas tecnologias voltadas para a produção de roupas e tecidos que davam apoio a Revolução Industrial. Chega então a máquina de fiar e tear movidas á água provocando um rápido desenvolvimento na indústria têxtil da Inglaterra. Entre 1750 e 1769, a exportação de tecidos de algodão aumentou  dez vezes mais. A invenção da máquina a vapor (foto abaixo) que foi aplicada na siderurgia, metalurgia e aparecimentos dos primeiros trens de ferro, foi mais um fator que contribuiu para a geração da Revolução Industrial.

       Antes mesmo da Revolução Industrial, a atividade produtiva era artesanal e manual (daí o termo manufatura), no máximo com o emprego de algumas máquinas simples. Dependendo da escala, grupos de artesãos podiam se organizar e dividir algumas etapas do processo, mas muitas vezes um mesmo artesão cuidava de todo o processo, desde a obtenção da matéria-prima até à comercialização do produto final. Esses trabalhos eram realizados em oficinas nas casas dos próprios artesãos e os profissionais da época dominavam muitas (se não todas) as etapas do processo produtivo.

       Com a Revolução Industrial os trabalhadores perderam o controle do processo produtivo, uma vez que passaram a trabalhar para um patrão (na qualidade de empregados ou operários), perdendo a posse da matéria-prima, do produto final e do lucro. Esses trabalhadores passaram a controlar máquinas que pertenciam aos donos dos meios de produção os quais passaram a receber todos os lucros. O trabalho realizado com as máquinas ficou conhecido por maquinofatura.

Do mesmo modo que a classe dominante enriquecia cada vez mais, os trabalhadores viviam e trabalhavam em péssimas condições. Para se ter uma ideia os bairros de Londres e Liverpool eram um conjunto de cortiços escuros e mal ventilados. Incêndios e epidemias localizadas eram comuns. Nas primeiras fábricas edificadas, o calor era uma constante. Não á toa, a expectativa de vida entre os operários era baixa devido a essas causas. As crianças também já trabalhavam desde os 4 ou 5 anos de idade nas fábricas ou em minas de carvão, com jornadas de 15 a 18 horas seguidas semelhante ao tempo dos adultos e quem se atrasava ou faltava podia ser castigado ou até preso.

       Na década de 1810, os trabalhadores começaram a se organizar em movimentos, criando revoltas contra as más condições de trabalho. As condições de vida dos operários melhoravam em um processo muito lento , pois os cientistas iam descobrindo aos poucos , que a causa de doenças e epidemias, vinham das péssimas condições de trabalho. Não tinham esgotos, o local de moradia era péssimo, não havia água limpa e o lixo era tratado de uma maneira totalmente incorreta.

       Poluições ambientais, sonoras, o desemprego e o aumento da violência atacam grandes cidades como Londres, Paris e Bruxelas. Assim chegam os estudos para resolver os problemas urbanos, o que mais tarde seria conhecido como urbanismo. Na segunda metade do século XIX algumas cidades já sofriam com o inchaço populacional tendo quer ajustadas para os novos tempos. Um exemplo desse caso é Paris, que na primeira metade do século XIX, sua capital recebeu um número alto de moradores que vinham das áreas rurais. Foi estimado que 100 000 pessoas dividissem um km² na cidade.

       Quanto mais pessoas surgiam nas cidades, as epidemias vinham aparecendo como algo frequente, pois, quanto mais pessoas de diferentes origens se misturavam, mais se proliferavam doenças. Mas a maior epidemia que atacou o homem foi a Peste Negra ou chamada também de Peste Bubônica, no século XIV. Essa epidemia já tinha sido destruidora na Constantinopla no século VI que chegou a causar 10 000 mortes de pessoas por dia. Agora que ela volta para a Europa em 1347 contaminou em primeiro lugar as cidades do mediterrâneo e do Mar Negro. Em cinco anos ela causou mais de 25 milhões de mortes, significando um terço dos europeus. Essa doença é causada por uma bactéria que esta presente em roedores, como o rato, e é transmitida ao homem através das pulgas desses animais contaminados. A diminuição dessa doença foram os melhoramentos na higiene, que eram precários até então. Outro caso muito importante ocorreu em Paris em 1832, onde houve um surto de cólera que matou 32 000 morados da cidade.

       Quando Napoleão III (foto abaixo) chega ao trono, no Segundo Império, Paris sofreu mudanças radicais. Ampliou seus territórios , derrubando construções medievais e edifícios decadentes, abrindo largas avenidas que serviam como passagem para as carruagens e tropas. As calçadas da cidade também foram ampliadas, com praças e espaços verdes intercalados entre as novas ruas. Criaram-se esgotos e sistemas de abastecimento e em 17 anos Paris já era uma cidade com uma cara nova, se tornando um modelo de exemplo para todo o mundo.


A Industrialização Tardia





O Brasil é considerado um país subdesenvolvido. Disto ninguém parece ter dúvida. Entretanto, ainda é grande o número de pessoas que acredita que nosso país ainda não se industrializou. Não são poucos os que pensam que a economia brasileira permanece agrária, baseada nas atividades do campo, ou que nossa sociedade seja tradicional e "atrasada".




Contudo, menos pessoas ainda se dão conta do que é o Brasil de hoje: um país onde o moderno convive com o tradicional, onde metrópoles e aldeias indígenas integram o mesmo espaço geográfico, e onde os tecno pólos apontam os caminhos do terceiro milênio.






Ao longo desta unidade, prosseguiremos revelando os retratos do Brasil. Neste sentido, iniciaremos pelo processo de industrialização, responsável por importantes transformações em nossa sociedade, nas paisagens e, por extensão, na organização do espaço geográfico brasileiro.